Sim, já é possível instalar painéis fotovoltaicas em seu condomínio e produzir energia elétrica que será compensada na conta de luz.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), mais de 110 mil novos sistemas de geração solar foram instalados no Brasil entre 2012 e 2019. Essa energia é considerada limpa e inesgotável, pois é uma tecnologia que utiliza o sol como fonte e não emite carbono na atmosfera. Atualmente é um investimento acessível aos consumidores pois apresenta boa relação custo/benefício.
A instalação de geradores solares em residências e condomínios tem crescido bastante após a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 482/2012 sobre a energia solar distribuída. O brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica de fontes renováveis ou de cogeração qualificada, além de receber créditos sobre o excedente produzido – essa produção é chamada de microgeração (inferior a 75 kW) e de minigeração distribuída (superior a 75 kW). Essa resolução incentivou o investimento em projetos de geração distribuída, pois apresenta uma série de benefícios, tanto ao gerador como ao sistema elétrico brasileiro. Dentre os benefícios, estão o menor impacto ao meio ambiente, pois diminuem perdas nas redes de distribuição e transmissão, proporcionam também ao gerador menor dependência energética da distribuidora com substancial redução de custos enquanto o gerador estiver operando – vida útil de no mínimo 25 anos.
Mas é possível instalar um sistema fotovoltaico em prédios? Sim, hoje é possível tornar seu condomínio mais sustentável utilizando energia solar. Essa geração pode atender o consumo da área comum do condomínio e em alguns casos ser compartilhada entre as múltiplas unidades consumidoras.
Vamos entender melhor como funciona a instalação de painéis solares para geração de energia elétrica:
1 Uma empresa especializada irá analisar a viabilidade e propor um projeto com um sistema de energia solar personalizado, no caso, para seu condomínio. É necessário a elaboração de um projeto junto a distribuidora de energia e sua aprovação. Após, é possível a instalação do sistema e o início da geração de energia. De noite, o consumidor deve receber a energia da concessionária, já que não há sol. Entretanto, no caso de a energia injetada na rede ser maior que a energia consumida, o gerador recebe tal crédito que pode ser utilizado para compensar da própria conta ao final do mês. Portanto, além de diminuir os custos com a energia, o condomínio acumula créditos para compensação nos períodos de maior consumo ou menor geração.
2 Existem algumas opções de locais para instalação: os telhados de cada prédio são os mais indicados. Caso seu condomínio tenha uma grande área externa, é possível a instalação nas áreas comuns. Existe ainda a opção de instalação nas fachadas dos prédios, porém ainda não é tão viável economicamente. O tamanho do espaço de instalação irá interferir na quantidade de energia gerada, mas mesmo em áreas pequenas, haverá como reduzir a conta de energia.
3 Se houverem restrições como falta de espaço, baixo índice de radiação solar ou quaisquer outras que inviabilizarem o projeto, não se preocupe, existe outra solução disponível: os chamados condomínios solares, que são grandes áreas contendo diversos painéis fotovoltaicos.
Alguns desses condomínios solares já estão em funcionamento. O princípio funciona como já explicado anteriormente: a energia produzida pelo seu lote vai para a rede de distribuição e essa energia será compartilhada com o proprietário do lote. Porém, a Aneel só permite ao consumidor utilizar esses créditos de energia dentro da mesma área de concessão, ou seja, na mesma distribuidora de energia que seu lote se encontra.
Desta forma, com essa nova atualização na legislação, a instalação de sistemas de energia solar em condomínios ficou mais fácil e pode trazer lucro para os geradores. A economia na conta de luz pode ser revertida em melhorias no condomínio, como a implementação de novos sistemas eficientes, substituindo equipamentos comumente usados para aquecimento de água de piscinas, circuitos de água quente ou geração de energia elétrica que utilizam como combustível diesel, gás e madeira, por trocadores de calor elétricos. Essa tecnologia pode ser até 4 vezes mais eficiente do que os sistemas convencionais citados. Mas isso é assunto para o próximo post!
Eng. Eletricista Luciano Gentilini
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Sócio Diretor – Neoenergy Brasil Engenharia
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